Influenciado por vários criadores, Sergio deixou também sua marca em muitos designers brasileiros
O primeiro contato que Sergio teve com o móvel moderno, ainda estudante na faculdade, foi com as criações de Joaquim Tenreiro, o artesão, marceneiro, pintor e escultor português que se tornou célebre na área de design de móveis. Os móveis industrializados do arquiteto José Zanine Caldas também chamaram sua atenção. Zanine, além de paisagista, era moveleiro e escultor. Ele fazia móveis em compensado de avião, desmontáveis e de extrema simplicidade, produzidos em São José dos Campos e Sergio tinha grande admiração por ele.
Havia também os modelos dos integrantes da chamada missão artística italiana – por quem tinha grande admiração, como Lina Bo Bardi, Giancarlo Palanti, Dominici, na iluminação e Carlo Hauner, com quem teve sua primeira loja, a Móveis Artesanal Paranaense. Burle Marx foi uma grande influência nos estampados e Lili Correia de Araújo, com seus tecidos feitos à mão.
No começo de sua carreira, Sergio se irritava quando era comparado a algum outro designer. “Aos poucos fui tomando consciência das coisas e percebi que, muitas vezes, eram retratadas influências deste ou daquele arquiteto”, disse ele em entrevista à revista Casa e Jardim, em 1985.
Na fase paulista, cercado de italianos sócios, designers, e de publicações da Itália, aqueles tornaram-se seus modelos. Mas ao aprofundar-se no estudo dos móveis escandinavos percebeu que estes tinham “mais a ver com a nossa maneira de ser”. “Eram mais puros, não descambando para modismos supérfluos.” Na mesma entrevista afirmou: “Hoje posso constatar humildemente a influência de um Carlo Molino, de Turim, na primeira escrivaninha que projetei, apesar de jamais ter visto coisa alguma desse arquiteto. Algo de Hans Wegner e Vito Latis no sofazinho com assento e encosto de palhinha.”
Mas assim como foi influenciado por vários criadores, Sergio deixou também sua marca em muitos designers brasileiros. A jornalista Adélia Borges aponta alguns. “Sergio é muito especial, é uma figura muito importante do cenário brasileiro, teve a felicidade de ter seguidores.” Segundo ela, nos anos 1980 começaram a surgir os primeiros seguidores de Sergio, como Carlos Motta, em São Paulo, os designers da Marcenaria Baraúna (Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, arquitetos em SP), Claudia Moreira Salles (do Rio, mas radicada em SP), Mauricio Azeredo, em Goiás. Era uma geração que surgia nos anos 1980 com uma linguagem que prosseguia na vertente da valorização da madeira como material brasileiro por excelência e na continuidade da pesquisa do que seria o móvel brasileiro. Sergio fez escola, semeou coisas que outros seguiram. Fernando Mendes de Almeida é um nome importante como seguidor e também Zanini de Zanine.